ACOLHIMENTO FARMACÊUTICO PARA PACIENTES DE HEPATITE EM TRATAMENTO EM REDE PÚBLICA DE SAÚDE
Resumo
Introdução: A hepatite é uma inflamação do fígado que é mais frequentemente causada por vírus. Os pacientes nem sempre apresentam sintomas, sendo assim a doença pode evoluir por décadas sem o devido diagnóstico, podendo se tornar crônicas. A Hepatite B não tem cura, mas possui vacina, o tratamento objetiva reduzir o risco de progressão da doença e suas complicações, eliminando ou suprimindo a replicação do vírus e assim prevenindo a progressão para a cirrose e o carcinoma hepatocelular. A hepatite C o tratamento é feito com antivirais de ação direta, que apresentam taxas de cura de aproximadamente 95% e são realizados, geralmente, por 8 ou 12 semanas. Em Setembro/2021 o Hospital Dia Campo Limpo iniciou a dispensação de medicamentos na própria unidade, garantindo que o paciente que passou em consulta médica já saia imediatamente com a medicação para início de tratamento. Objetivo: Relatar o apoio farmacêutico na terapia com medicação de Hepatite, principalmente nas interações medicamentosas. Minimizar a falta de adesão ao tratamento, devido aos efeitos colaterais indesejados que as medicações podem causar. Método: Em 2022 atendemos 69 pacientes de Hepatite. Muitos fatores interferem no sucesso do tratamento, desde a dose administrada, posologia, interações, efeitos colaterais, ingestão de bebida alcóolica, entre outros. A dose e a posologia devem ser criteriosamente seguidas, isso diminui a chance de resistência viral aos medicamentos, pois o organismo está sob constante efeito das medicações, não dá tempo do vírus “pensar” em ganhar resistência. Para analisar interações medicamentosas utilizamos o https://www.drugs.com, algumas interações são graves, como por exemplo alguns anticonvulsivantes, que podem reduzir os níveis sanguíneos dos medicamentos para Hepatite sendo recomendado a substituição por outro anticonvulsivante, outras são mais toleráveis, por exemplo a interação de Metformina com os medicamentos para Hepatite B, que pode causar aumento ou diminuição de ambos os fármacos no organismo, devendo ser monitorada a glicemia. Resultados: A medicação é entregue, sempre que possível, logo após a prescrição. Qualquer intervenção medicamentosa necessária é discutida no ato entre a farmacêutica e a médica infectologista. Realizamos todo acompanhamento farmacoterapêutico. Os pacientes são devidamente orientados sobre os possíveis efeitos colaterais e importância de adesão ao tratamento. Não verificamos desistência ou falta de adesão ao tratamento, mas tivemos caso de falha na posologia, por pacientes não tomarem a medicação sempre no mesmo horário. Discussão: A consulta farmacêutica aos pacientes de Hepatite existe desde o início do programa na unidade. É importante que o paciente entenda que toda medicação pode causar efeitos colaterais, mas isso não quer dizer que a medicação está fazendo mal, que é um efeito esperado, uma vez que o fígado é o principal orgão de metabolização do organismo. Se o fígado está prejudicado, até mesmo seus medicamentos de uso contínuo devem ser monitorados, pois pode estar comprometida sua distribuição no organismo e que após tratar o fígado talvez seja necessário adequação da dose destes medicamentos. Conclusão: Trabalhamos para realizar um acompanhamento humanizado aos pacientes, garantindo assim o sucesso do tratamento, diminuindo a desistência ao tratamento e comprometimento do tratamento das doenças pré existentes.
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