IMPORTÂNCIA DO ACOLHIMENTO FARMACÊUTICO AOS PACIENTES DE HANSENÍASE EM UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA
Palavras-chave:
hanseníase; talidomida; farmacêutico; orientado; paciente.Resumo
Introdução: A Hanseníase é uma das enfermidades mais antigas do mundo é causada pelo Mycobacterium leprae. Nos tempos bíblicos era conhecida como lepra. É uma doença infecto-contagiosa de evolução crônica que se manifesta, principalmente, por lesões cutâneas com diminuição de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil e pode evoluir para acometimento do sistema nervoso periférico ocorrendo a perda de sensibilidade, as atrofias, paresias e paralisias musculares que, se não diagnosticadas e tratadas adequadamente, podem evoluir para incapacidades físicas permanentes, incluindo deformidades e mutilações, redução da mobilidade dos membros e até cegueira. A hanseníase tem tratamento e cura, porém, se o paciente já apresentar alguma deformidade física instalada, esta pode ficar como seqüela permanente. Uma das complicações da hanseníase é o Eritema Nodoso Hansênico, evento inflamatório agudo no curso crônico da hanseníase caracterizado por nódulos eritematosos dolorosos cutâneos e subcutâneos. A Talidomida possui atividades anti-inflamatória e imunomoduladora é usada no tratamento do Eritema Nodoso Hansênico, assim os pacientes têm rápido desaparecimento dos sintomas como inchaços vermelhos e doloridos na pele, febre e mal-estar geral. Mas como evento adverso causa malformações congênitas no feto, como defeitos visuais, na coluna vertebral, em membros superiores e inferiores. Acredita-se que devido a propriedade antiangiogênica na ação do medicamento (inibe crescimento de novos vasos sanguíneos, prejudicando o desenvolvimento do feto). Objetivo: Relatar importância da assistência farmacêutica na orientação aos pacientes em uso de Talidomida na unidade. Método: Paciente em acompanhamento médico e farmacêutico, iniciou uso de Talidomida em Maio/2021, era devidamente orientado pela farmacêutica sobre os riscos da medicação e necessidade de uso de preservativos. Compareceu em consulta informando que a parceira está com atraso menstrual de aproximadamente 2 meses, realizou teste de farmácia que deu positivo para gravidez. A parceira foi agendada para coleta de BHCG , para confirmação da gestação e orientada sobre os riscos de malformação a que o feto está exposto e, portanto, o uso do preservativo continua sendo indicado, para evitar novas exposições. Após a notificação para a Anvisa e Ministério da Saúde a paciente passou a ser acompanhada, sendo encaminhada para o Hospital das Clínicas, agendada com prioridade para realizar exame morfológico, e sempre acompanhada pela equipe de hanseníase da unidade, junto com o parceiro. Resultados: Não houve dano físico ao feto, o mesmo nasceu em casa. Posteriormente mãe e bebê foram encaminhados para o hospital. Discussão: O paciente foi orientado pela assistência farmacêutica sobre os riscos da medicação, quando soube sobre a gestação da parceira procurou a unidade imediatamente, ao qual foi orientado a não continuar a manter relações sem preservativo pelo risco de aumentar a concentração de Talidomida no organismo da parceira, uma vez que há estudos que indicam que há eliminação no sêmen. Conclusão: A assistência farmacêutica foi de supra importância na orientação sobre a medicação, ressaltando a cada dispensação os cuidados necessários e os riscos que podem ser causados ao feto. O paciente continua em acompanhamento na unidade e em uso de Talidomida, devido presença de nódulos e dor, o bebê ficará em acompanhamento durante 02 anos.
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