AUTISTA NÃO VERBAL E INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSA: RESPEITO E HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO
RELATO DE CASP
Palavras-chave:
Transtornos Mentais, Acesso ao cuidado, Acolhimento em saúde, orientações, Humanização, Clínica psiquiátrica, Saúde Mental, Hospital Geral, saúde mentalResumo
Introdução: Pacientes com transtornos mentais graves podem apresentar prejuízo cognitivo com impacto nas atividades de vida diária e independência podendo demandar apoio de terceiros. Nestes casos, entre outras atribuições, a administração correta da medicação, quando indicada, constitui-se como responsabilidade de seu cuidador.
Objetivo: Relatar experiência no acesso ao cuidado onde, diante de um caso de administração medicamentosa iatrogênica, o cuidado humanizado dos profissionais da Unidade de Saúde pôde evitar a intoxicação medicamentosa de um paciente com Transtorno do Espectro Autista não verbal, totalmente dependente de sua genitora.
Método: Descrição detalhada do caso clínico onde genitora comparece na farmácia da UBS solicitando liberação de maior quantidade de frascos da medicação antipsicótica, não compatível com a descrição posológica prescrita. A recorrência da queixa foi observada pela técnica de farmácia que, prontamente, comunicou a psiquiatra. Na consulta subsequente, constatada a possibilidade de administração abusiva da medicação e considerando os riscos, foi mudada a apresentação da medicação da formulação em gotas para comprimidos, com maior possibilidade de controle da dosagem diária. A genitora, por sua vez, também foi acolhida em consulta psiquiátrica, evidenciando franco adoecimento consequente dos cuidados com o paciente.
Resultados: Paciente com quadro psiquiátrico grave, totalmente dependente dos cuidados de sua genitora desde seu nascimento. Não fala, apenas emite sons guturais em alarido. Genitora sem rede de apoio, desempregada, administrava a medicação em dosagem acima da recomendada e, como consequência, os frascos entregues eram insuficientes. Foi acolhida, manifestou sua solidão e suas dores emocionais e foi orientada quanto aos riscos da superdosagem.
Discussão: Além da indicação clínica faz-se necessário conhecer e considerar o entorno do paciente a ser medicado. A proposta de atendimento integrado da atenção básica aliada a uma equipe uníssona, ciente do caráter de preventivo e continuado constituem-se como ferramentas de substancial importância para o cuidado humanizado.
Conclusão: Antes da emissão de uma prescrição, considerar as limitações do paciente mostra-se de notável necessidade. Ademais, a equipe de atenção básica que conhece seus usuários em suas mais variadas vertentes constitui-se como pilar fundamental para um acompanhamento em saúde mais eficaz, seguro e, acima de tudo, humanizado
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