CUIDADO DE SAÚDE MENTAL HUMANIZADO MULTIDISCIPLINAR EM REDE E APOIO FAMILIAR PARA A MOTIVAÇÃO DE NOVAS PERSPECTIVAS NO TRATAMENTO
Resumo
Introdução
O presente trabalho visa a elucidar o processo de tratamento de um homem de 60 anos de idade, aposentado, com histórico de transtorno depressivo recorrente, dependência de bebida alcoólica e cocaína, que se vê com o diagnóstico de câncer de cólon e reto e o falecimento da esposa em plena pandemia de COVID-19. Após o falecimento de sua esposa por COVID-19 e a descoberta do diagnóstico de câncer, iniciou o tratamento com sessões de quimioterapia e radioterapia. Nesse período de tratamento continuou apresentando recaídas no uso de substâncias, até que desiste do tratamento do câncer. O acompanhamento no CAPS AD nesse período se deu por meio de monitoramento por telefone, visitas domiciliares e alguns atendimentos presenciais. O usuário não permitia que a equipe entrasse em contato com sua família e a cada visita domiciliar as condições de vida estavam mais precárias. Passou a morar sozinho após o falecimento da esposa e começou a ficar cada vez mais debilitado. Queixava-se de dor e sangramento, e frequentemente estava alcoolizado, apresentando discurso de desvalia e desesperança. A casa estava sempre suja e com odor fétido. Objetivo: Descrever como se deu o acompanhamento do usuário e seus encaminhamentos.
Método
Foi utilizado acompanhamento por telefone; visitas domiciliares; atendimentos presenciais no CAPS AD; articulação com UBS de referência; articulação com hospital do câncer; discussão de caso em reuniões de equipe; notificação de violência; discussão de caso com NPV; elaboração de relatório e discussão de caso com supervisão técnica de saúde (interlocução de saúde mental e equipes de saúde da pessoa idosa e de violência); articulação com o CREAS; atendimentos familiares e acolhimento em integralidade noturna no CAPS AD.
Resultados
Após várias discussões de caso, articulações com equipes, visitas domiciliares e atendimentos familiares, o usuário aceitou retomar o tratamento do câncer. A filha mais velha passou a ficar mais próxima. As recaídas se mantiveram e o vínculo familiar ainda estava fragilizado. No entanto, aceitou permanecer em acolhimento integral noturno no CAPS AD, posteriormente realizou cirurgia para a retirada dos tumores (todos benignos). A filha, então, o levou para sua casa onde pode ofertar um cuidado mais integral e humanizado. A equipe do CAPS AD manteve o seguimento em visitas domiciliares de acompanhamento.
Conclusão
O CAPS AD mantém o acompanhamento do usuário em visitas domiciliares. O usuário relatou cessação das dores após a cirurgia. O vínculo familiar está mais fortalecido, mas o usuário não deseja permanecer morando com a filha. Deseja autonomia e independência. O risco de recaída neste caso aumenta, mas é necessário respeitar seu desejo. A filha pretende alugar uma casa onde ele possa ter uma melhor qualidade de vida, diferente da anterior onde ele morava.
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