BARMÁCIA (BRINDE A BOA IDEIA) ESTRATÉGIA DE RESSIGNIFICAÇÃO DA DIVERSÃO, POTENCIALIZANDO A REDUÇÃO DE DANOS FRENTE AO ALCOOLISMO E SAÚDE MENTAL

BARMÁCIA (BRINDE A BOA IDEIA)

Resumo

BARMÁCIA (BRINDE À BOA IDEIA)

INCENTIVO, EMPODERAMENTO E AUTONOMIA PELA SOCIALIZAÇÃO

E CONVIVÊNCIA ISENTA DE ÁLCOOL, POR MEIO LÚDICO

Tipo de trabalho: Relato de Experiência Exitosa

Eixo Temático: Excelência e Inovações no Cuidado Humanizado

Autores: Paulo Rogério Gomes

Afiliação: Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Álcool e Drogas III Jardim Ângela

Descritores: Autonomia e Empoderamento dos usuários, Ressignificação da Diversão com Isenção Alcóolica, Redução de Danos nas interações Álcool x Benzodíazepinicos.

            Introdução: O abuso de Álcool é um problema de saúde pública, sendo assim reconhecido pela sociedade como um trantorno biopsicossocial com muitas causas e muitas ramificações.

            O alcoolismo e suas consequências matam, todos os anos. 3,3 milhões de pessoas em todo o mundo, número que representa 5,9% das mortes. Os dados, da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que o consumo da bebida chegou a 8,9 litros/ano por habitante no Brasil em 2016, superando a média internacional de 6,4 litros.

              Segundo o SIM (Sistemas de Informações sobre Mortalidade), sistema oficial do Ministério da Saúde para registrar óbitos no Brasil, mostram que, de 2019 para 2020, houve aumento de 18,4% nos registros de mortes com causa básica final relacionada a transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de abusivo de álcool.

            Objetivo: Incentivar os usuários sob o tratamento “in CAPS”, (sob supervisão farmacêutica), a confecção de suas próprias bebidas, “drinks frutados sem álcool”, de forma descontraída e interativa concedendo ao alcoolista, a autonomia e o empoderamento para uma reinserção e ressocialização, pelo viés do entretenimento saudável.

            Método: “Barmácia – brinde à boa ideia” caracteriza-se como uma atividade coletiva prática de formato interativo, lúdico e degustativo, que acontece bi ou trimestralmente, onde o farmacêutico caracterizado de “barman”, aplica seus conhecimentos, criando drinks “menu de coquetéis frutados sem álcool”,  catalogado antecipadamente com base em pesquisa prévia de sugestões de sabores e frutas realizadas com os usuário, evidenciando a possibilidade da socialização, e convivência familiar, profissional, ou outras ambiências como “datas comemorativas” trilhando a conscientização da isenção ou redução do consumo de álcool.

            O Barmácia se inspira no clima descontraído do “BAR”, somado a racionalidade terapêutica da “FARMÁCIA”, onde todos os drinks receberam nomes associativos aos medicamentos correlacionados ao contexto farmacológico do tratamento.

             Resultados: No decorrer de vários encontros se tornou notável que ocorreu significativa melhora na evolução terapêutica dos pacientes, com expressiva redução da quantidade de casos de interações “álcool x medicamentos” e/ou recaídas etílicas, dados ratificados através de depoimentos, pesquisas de opiniões e elogios em SAU (Serviço de Atenção ao Usuário), que direta e indiretamente os objetivos terapêuticos têm sido atingidos.

https://youtu.be/jjXaqUMzEuI (Publicação na Biclioteca Virtual de Saúde - BIREME 2023)

Clique aqui  para ver depoimento – A.S.A “Usuário” 

Gráfico de Avaliações:

    https://youtu.be/jjXaqUMzEuI  (Publicação na Biclioteca Virtual de Saúde - BIREME)

Clique aqui para ver fotos           Clique aqui para ver depoimento - João Romano “Gerente Executivo CEJAM”

            Discussão: Fica a reflexão de que, inúmeros e grandiosos são os desafios encontrados no dia-dia de um tratamento de saúde mental e a dependência química, e que estão expressamente ligados aos profissionais e familiares vinculados no cuidado de usuários com transtornos mentais graves, sendo diferencial a sensibilização e prática da humanização das relações interpessoais.

            Conclusão: Conclui-se a convicção de que, propostas terapêuticas leves, inovadoras, e inclusive lúdicas, na assistência a saúde dos usuários de saúde mental e suas dependências, uma vez aplicadas com determinação e engajamento refletem positivamente no estimulo e desenvolvimento para o autocuidado e a ampliação de repertório, propiciando uma melhor qualidade de vida, e amplitude ao tratamento.

           Referências:

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Portal Brasil: Dependência química. Disponível em: <http://www.brasil.fov/sobre/saude/dependencia-quimica. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.)
2. PASSOS, Eduardoet al. Autonomia e cogestão na prática em saúde mental: o dispositivo da gestão autônoma da medicação (GAM).  Aletheia  [online]. 2013, n.41, pp. 24-38. ISSN 1413-0394.
3. LARANJEIRAS, Ronaldo R. DEPRESSÃO & Abuso de Dependência do Álcool. UNIAD (Unidade de Pesquisa e Álcool e Drogas) 2006. Disponível em: < http://www.uniad.org.br/desenvolvimento/imagens/stories/publicacoes/texto/Depressao%20e%abuso%20dependencia%20do%20alcool.pdf. .