A PRÁTICA INTERSETORIAL E OS ENCAMINHAMENTOS RESOLUTIVOS COMUNICAÇÃO EFETIVA EM RELATO DE CASO
Palavras-chave:
comunicação, saúde mental, MatriciamentoResumo
Clínicas e Práticas do Cuidado em Saúde Mental:
A prática intersetorial e os encaminhamentos resolutivos.
Cláudia Sena Teles – Assistente Social do Hospital M’Boi Mirim e CAPS Adulto III M’Boi Mirim
Dayane Jardim da Silva – Enfermeira da Estratégia Saúde da Família na UBS Jd. Caiçara
Relato de caso
Introdução
O intuito da presente exposição visa conjecturar as possibilidades existentes entre as
articulações intersetoriais no cuidado integral a saúde dos usuários. A partir de ações e condutas
adotadas pelas equipes, formalizamos as passagens inerentes de um tratamento em saúde
mental. Intuímos garantir a articulação e a integração dos pontos de atenção das redes de saúde
no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e
da atenção às urgências. A usuária que nos permitiu fundamentar tal exposição apresentava
histórico de vulnerabilidade sóciofamiliar, alterações comportamentais que culminavam,
inclusive, em situações de exposição social.
Objetivo
Intuímos assegurar o cuidado integral à pessoa com sofrimento mental, visando um atendimento
humanizado e a vinculação aos serviços da rede. A implementação das diretrizes do cuidado em
saúde mental nortearam as condutas adotadas, principalmente no que concerne a comunicação
entre os serviços envolvidos no tratamento ofertado. Reitera-se que a disposição das equipes é
movida pela possibilidade da usuária em reconstituir sua autonomia e o exercício de sua
cidadania.
Método
Dispomos de recursos estabelecidos pelas diretrizes em cuidados em saúde mental tais quais as
reuniões de matriciamento, visitas domiciliares, Acolhida Integral em CAPS, ajustes
medicamentosos e a implementação de Projeto Terapêutico Singular (PTS). Destaca-se que as
ações foram realizadas em conjunto pela Unidade Básica de Saúde (UBS), pelo serviço
especializado (CAPS) e pelo Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) do território.
Conjectura do tratamento
O tratamento da usuária teve seu início a partir do acionamento pela rede de pronto
atendimento, na qual fomos informados acerca de uma usuária que frequentava uma unidade da
Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) diariamente, apresentando quadro de
desorganização com episódios de exposição social, tal qual a retirada das vestes em público,
comportamentos inadequados com interações hostis e recursos sociais e pessoais de ordens
primitivas. O uso de psicotrópicos era irregular e sua rede de suporte era permeada por
fragilidades. Diante do exposto, a articulação intersetorial se fez imprescindível para
implementar os cuidados necessários e assim, propiciar uma forma de existir que amenize o
sofrimento da usuária.
Para que tais ações fossem possíveis, intuímos o estabelecimento do vínculo com a usuária que,
num primeiro momento, mostrou-se dificultoso dada sua ausência de crítica acerca de sua
condição. Manejos e propostas de tratamento, tais quais a Acolhida Integral, foram propostas
para a usuária, principalmente para precaver internações hospitalares, entretanto, nossas
intervenções não obtiveram êxito.
Mesmo que não preconizada por nossas articulações, a internação involuntária na enfermaria
psiquiátrica fez-se necessária dada a piora gradativa da situação e o risco inerente de exposição
que a usuária sofria.
Ao longo dos vinte dias, foram realizados os exames laboratoriais e de imagens no intuito de
descartar fatores orgânicos, novas prescrições foram estabelecidas, além do acompanhamento
multiprofissional e realizações de psicoeducações. Com a programação de alta hospitalar, foi
realizado um novo matriciamento com a atenção primária para uma transferência de cuidado
mais efetivo.
Desde tal articulação e estreitamento na comunicação dos serviços, percebemos uma melhora
significativa no quadro da usuária que não voltou a apresentar a sintomatologia antes percebida.
O vínculo com a UBS é um operador essencial no tratamento da usuária que mantém boa adesão
medicamentosa, autocuidado e crítica preservados e melhora significativa na sua
funcionalidade, demonstrando assim, a importância do fortalecimento do protagonismo dos
usuários no reestabelecimento de suas saúdes.
Conclusão
A partir das condutas adotadas, percebemos melhoras significativas no quadro de saúde da
usuária que somente foram possíveis devido às articulações realizadas. Destacamos a
importância do trabalho em rede para a implementação de um cuidado integral em saúde e
consequentemente a implicação da própria usuária em seu cuidado. Salientamos que a crítica
acerca de sua própria condição e os cuidados necessários são relevantes para que internações
não ocorram novamente e que a apropriação do autocuidado propicia melhoras significativas
para a qualidade de vida.
Referências
Brasil, Ministério da Saúde - Portaria nº 3.088, de 23 de Dezembro de 2011.
Brasil, Ministério da Saúde - Portaria nº 2.436, de 21 de Setembro de 2017.
Brasil, Lei 8.080, de 19 de Setembro de 1990.
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