GRUPO DE ARTESANATO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA COMO PROMOTOR DE SAÚDE MENTAL PARA MULHERES
Saúde Mental e Humanização
Palavras-chave:
Saúde mental, transtornos mentais, artesanato, PICS, terapias alternativas, terapia ocupacionalResumo
Introdução: A crescente demanda de atendimentos na Unidade Básica de Saúde (UBS) por mulheres que enfrentam transtornos mentais comuns, abrangendo desde o sofrimento emocional até transtornos ansiosos e depressivos, evidencia a necessidade de intervenções específicas para esse público. Tais transtornos impactam significativamente na saúde geral, contribuindo para agravos clínicos como hipertensão e diabetes. Em resposta a essa realidade e a ausência de espaços para este público no território, houve a iniciativa de implementar ações voltadas para a promoção, prevenção e cuidado em saúde mental. Uma das iniciativas desenvolvidas foi a prática do Grupo de Artesanato, que visa proporcionar um espaço de convivência, apoio mútuo e geração de renda por meio de atividades manuais, oferecendo um suporte às mulheres atendidas.
Objetivo: Promover a saúde mental, a autonomia, a inclusão, a melhoria na qualidade de vida, conscientização ambiental e integração social por meio do desenvolvimento de habilidades manuais, da valorização pessoal e do fortalecimento na rede de apoio.
Método: Para o início do projeto, foi organizada uma roda de conversa com a finalidade de apresentar a proposta aos participantes. A mediadora da sessão foi Juscileide, Agente Comunitária de Saúde (ACS) e acadêmica em Terapia Ocupacional. A equipe de apoio incluiu Aline Silva (ACS), Aline Gardine (ACS), Marines (ACS), Renata Correia (psicóloga), Ana Carolina (nutricionista), Cristiane Mara (ACS e neuro pedagoga) e Rodrigo Almeida (APA e Assistente Social). A mobilização da comunidade envolveu a distribuição de convites e uma ampla divulgação, resultando em um alcance significativo de pacientes. O grupo se reúne uma vez por semana na própria UBS. As participantes são mulheres do território, indicadas pela equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF). Durante as atividades do grupo, são utilizados, entre outros, materiais recicláveis que, muitas vezes, seriam descartados de forma inadequada, causando impactos negativos ao meio ambiente.
Resultado: A implementação do grupo de artesanato resultou em uma participação ativa das mulheres, com o desenvolvimento de novas técnicas manuais entre as participantes. Houve um notável reconhecimento pessoal e social, evidenciado pela satisfação expressa pelas mulheres ao término de cada encontro. As atividades de crochê, bordado, pintura e outras técnicas artesanais permitiram a aquisição de competências manuais e criativas, sendo possível observar este desenvolvimento com a evolução da qualidade das peças produzidas pelas participantes do grupo. Além disso, foi observada uma melhora na socialização e integração entre as participantes, com muitas relatando uma redução na ansiedade e um aumento na autoconfiança. O reconhecimento da importância dessas atividades foi reforçado pelos agradecimentos constantes das mulheres, que demonstraram contentamento e valorização do grupo.
Conclusão: A prática do artesanato no grupo mostrou-se altamente eficaz para o desenvolvimento de novas habilidades artesanais e criativas e contribuiu significativamente para a melhoria do bem-estar emocional e social. Os resultados obtidos indicam que atividades manuais podem ser uma ferramenta poderosa para promover a saúde mental e o desenvolvimento pessoal.
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