AURICULOTERAPIA COMO FERRAMENTA COMPLEMENTAR NO TRATAMENTO DA OBESIDADE E SAUDE MENTAL
Saúde Nutricional e Metabólica
Palavras-chave:
Obesidade, Saúde mental, Autocuidado, auriculoterapia, PICSResumo
Segundo os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 60,3% dos adultos o equivalente à 96 milhões de pessoas, apresentam excesso de peso. A obesidade é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma doença crônica e é comumente relacionada aos transtornos mentais e alimentares. O comer emocional é prevalente nos pacientes com obesidade, que afim de regular as emoções comendo geralmente comidas calorosas e gordurosas, dando sequência uma alimentação irregular e não saudável, onde o indivíduo não se alimenta para saciar uma fome fisiológica e sim uma fome emocional.
Foi identificado através do acompanhamento multiprofissional na linha do cuidado a obesidade uma dificuldade dos pacientes com IMC maior ou igual a 60 em perder peso para realização da cirurgia bariátrica, fatores como a pouca mobilidade, sedentarismo, prejuízo emocional e transtornos como depressão e ansiedade como barreiras que dificultam o processo da linha de cuidado.
Levando em consideração a importância das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), foi proposto e iniciado a uma abordagem terapêutica através da atenção plena e também da Aurículoterapia, técnica derivada da acupuntura onde é realizado pressão em pontos específicos da orelha que acionam através de estímulos partes do corpo e mente, auxiliando no tratamento geral em saúde, proporcionando também alivio das dores e redução dos sintomas emocionais.
Atualmente as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) desempenham um papel essencial no sistema único em saúde e podem ser utilizadas em todos os níveis da Rede de Atenção com foco em um cuidado ampliado no autocuidado em todos os aspectos físicos e emocionais.
Propor às práticas Integrativas como alternativa pratica e qualitativa em apoio ao processo terapêutico, utilizando da atenção plena e auriculoterapia como ferramenta complementar no tratamento dos pacientes na linha de cuidados a da obesidade. Incentivar a continuidade da terapia no ambiente extra hospitalar visando melhorias na qualidade de vida, autonomia no autocuidado, fortalecimento na saúde mental e redução no comer emocional.
Os pacientes contemplados da linha de cuidado a obesidade são os que estão com IMC > ou igual a 60, atualmente um total de 28 pacientes. É realizado inicialmente uma anamnese, escuta terapêutica, avaliação auricular e aplicação das sementes. Durante o procedimento é utilizado semente de mostarda. São no total 10 sessões com retorno semanal ou de acordo com a disponibilidade do paciente podendo ser estendido para quinzenal.
As sessões são realizadas no consultório e na horta/jardim do hospital Dia Campo Limpo, possibilitando um contato com a natureza, músicas e maior concentração na prática terapêutica que está sendo realizada. Levando em consideração também os impactos positivos que natureza proporciona para a saúde mental e bem estar.
Os pacientes também são acompanhados pela equipe multidisciplinar que incluem os profissionais nutricionista, psicologia, enfermagem e endocrinologista como já estabelecido no protocolo da linha do cuidado a obesidade. Para avaliação está sendo utilizada uma escala comparativa emocional e física e anotações das queixas e evolução do tratamento em prontuário, com intuito de quantificar e avaliar os resultados obtidos para melhorias e cuidado com o paciente. Os atendimentos multiprofissionais e a abordagem terapêutica através da auriculoterapia deu início em 01 de maio de 2024 e ainda está em andamento, devendo permanecer e se estender para os demais pacientes da linha do cuidado. Apesar do projeto ainda estar na fase inicial, é possível observar através dos relatos e feedback nos atendimentos e escala comparativa emocional e física além de uma melhora na adesão das consultas gerais do tratamento, alivio dos sintomas emocionais e físicos. É notório uma melhora na adesão desses pacientes em relação ao tratamento na linha do cuidado a obesidade, melhorias na motivação em relação ao autocuidado e maior atenção ao comer emocional.
Os resultados já obtidos nos mostram o quão promissor às práticas Integrativas são, pois compartilha e responsabiliza a continuidade no ambiente extra hospitalar, estimular os pontos em sua rotina é lembrar sobre o comer emocional, trazer essa reflexão sobre necessidade alimentar e compulsão alimentar, pois tendo em vista os desafios encontrados no início do tratamento, espera-se o autocuidado e a autonomia façam a diferença e nos evidenciem em resultados.
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