O BRINCAR COMO INSTRUMENTO TERAPÊUTICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ATUAÇÃO EM UM GRUPO TERAPÊUTICO INFANTIL

Autores

  • isabella Lima de Paula CAPS IJ MBOI MIRIM
  • Ela/Dela CAPS infantojuvenil M'boi Mirim

Palavras-chave:

brincar, vínculo terapeuta, equipe multidisciplinar

Resumo

Este artigo tem como objetivo relatar a experiência de um grupo infantil realizado em
um centro de atenção Psicossocial Infantojuvenil da zona sul do Município de São Paulo. Os
CAPS são serviços substitutivos aos hospitais psiquiátricos, porém na área da infância tem sua
especificidade de contribuir para o desenvolvimento humano e garantir os direitos a uma
infância plena e saudável.
A população atendida nos CAPS IJ são crianças de 0-21 anos, com transtorno mental
grave ou persistente. Para cada sujeito acompanhado pelo serviço é elaborado um Projeto
Terapêutico Singular (PTS) que pode ser composto por diversas atividades e tem metas
terapêuticas de curto, médio e longo prazo a serem alcançadas.
Os grupos terapêuticos são recursos potentes quando se fala sobre a população
Infantojuvenil, que pode aprender novos comportamentos e habilidades com base na
socialização e no brincar simbólico livre.
O grupo infantil deste relato é realizado todas as segundas-feiras e coordenado por 01
terapeuta ocupacional, 01 fonoaudiólogo, 01 psicólogo, 01 técnico de enfermagem e 01
enfermeiro. Trata-se de um grupo operativo, que comtempla crianças de 3-6 anos de idade,
que vivem com transtornos do neurodesenvolvimento. Estas em sua maioria têm dificuldades
nas habilidades sociais, autoagressividade e heteroagressividade, agitação psicomotora e baixa
tolerância a frustração, o que prejudica sua participação e acesso nos espaços comuns a
infância como escola e lazer.
Através de o livre brincar e da mediação das relações e afetos, os técnicos presentes
estimulam o desenvolvimento de novas habilidades sociais, como capacidade de imitação,
comunicação e compartilhamento do brincar. O que antes era algo desafiador para estas
crianças. Sabe-se que é através do brincar que a criança representa o mundo e o apreende.
Observamos durante a interação, que as crianças chegam com pouco contato visual,
sem interesse pelos pares e com dificuldades em estabelecer relações de reciprocidade. Com
o decorrer dos encontros do grupo, ocorrem mudanças nos comportamentos como: maior
disponibilidade de interação com os pares, desenvolvimento da intenção comunicativa,
desenvolvimento do brincar compartilhado e etc. Para cada criança o processo terapêutico
acontece em um tempo, pois também depende de aspectos desenvolvidos fora dos grupos
terapêuticos como as relações na escola e na família, porém observamos que as crianças que
passam por esse grupo apresentam melhora nos aspectos citados a cima e caminham ou para
outros grupos terapêuticos de acordo com as novas demandas ou para a alta visando viver a
infância.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ela/Dela, CAPS infantojuvenil M'boi Mirim

Fonoaudiologa atuante no Centro de atenção Psicossocial infantojuvenil M'boi Mirim

Downloads

Publicado

2023-07-31

Como Citar

Lima de Paula, isabella, & Malena Lima da Silva, R. (2023). O BRINCAR COMO INSTRUMENTO TERAPÊUTICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ATUAÇÃO EM UM GRUPO TERAPÊUTICO INFANTIL. Anais De Eventos Científicos CEJAM, 1. Recuperado de https://evento.cejam.org.br/index.php/AECC/article/view/284

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)