APOIO MATRICIAL EM SAÚDE MENTAL INFANTO-JUVENIL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE - MODIFICANDO A ESTRATÉGIA
Resumo
Introdução: Frente à necessidade de melhorias no enfrentamento do cuidado à saúde mental do público infanto-juvenil, a equipe do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil II M’Boi Mirim buscou novas oportunidades de reorganização do trabalho no território, ampliando a aproximação e apoio à atenção primária à saúde no cuidado em saúde mental. Objetivo: Avaliar a efetividade da nova organização do matriciamento em saúde mental infanto-juvenil no território de atuação como dispositivo de melhoria na assistência e integração entre Atenção Primária à Saúde (APS) e o CAPS IJ. Método: A reorganização inicia em 10/2022 com o desenho da estratégia, colocada em prática a partir de 01/2023. Nessa proposta, cada UBS passa a contar com 2 Técnico de Referência (TR) do CAPS IJ participando de ações, atuando como matriciadores pelo menos dois dias por mês, em jornada integral no território da UBS; Os TR realizam acompanhamento individual e atendimento domiciliar aos usuários com PTS já estabelecido (inseridos no CAPS IJ); consulta e grupos compartilhados com a ESF e/ou equipe multi; educação continuada para as equipes da UBS; articulação com escolas e outros dispositivos sociais, presentes no território, que atendem ao público infanto-juvenil. Resultados: Quando comparado o primeiro trimestre de 2022 com o mesmo período de 2023, observa-se o aumento dos seguintes procedimentos no território: matriciamento com a APS aumento de 52 para 112 ; atendimento domiciliar de 17 para 118 ; promoção da contratualidade no território de 5 para 13; fortalecimento do protagonismo do usuário de 0 para 41. Discussão: A intensificação da presença dos TR do CAPS IJ vem subsidiando a atenção primária na garantia da integralidade do cuidado em saúde mental de seus usuários e possibilita a integração em saúde. Neste novo modelo de organização, estão sendo realizadas ações compartilhadas, reconhecendo as potencialidades, e as fragilidades de ambos os serviços, buscando a expansão da rede substitutiva, com os recursos do próprio território e fortalecendo o vínculo e sensibilizando o usuário quanto à importância do cuidado em saúde mental. Conclusão: O matriciamento proporciona uma articulação entre os serviços, trabalhando de forma horizontalizada, visando uma construção coletiva que favorece o usuário de maneira íntegra e humanizada, respeitando as limitações e possibilidades do território de cada um. O tempo de realização deste novo modelo ainda é pequeno, mas podemos notar um aumento significativo de articulações e ações compartilhadas com os serviços da rede, impactando de forma positiva no cuidado ao usuário do CAPS IJ.
Referências:
Campos GW de S. Equipes de referência e apoio especializado matricial: um ensaio sobre a reorganização do trabalho em saúde. Ciênc saúde coletiva [Internet]. 1999;4(2):393–403. Available from: https://doi.org/10.1590/S1413-81231999000200013
Chiaverini DH, Gonçalves DA, Ballester D, Tófoli LF, Chazan LF, Almeida N, Fortes S. Guia prático de matriciamento em saúde mental [Internet]. Ministério da Saúde, Centro de Estudo e Pesquisa Coletiva [Internet]. 2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_matriciamento_saudemental.pdf
Cohen MC, Castanho P. Impasses e potências: o matriciamento como dispositivo de cuidado. Interface (Botucatu) [Internet]. 2021;25:e200462. Available from: https://doi.org/10.1590/interface.200462
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Autor(s)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.